Pra explicar quem são os Lamas temos que voltar alguns anos, para o começo dos nos 90. Nessa época, a maioria dos Lamas era um adolescente tentando decidir o que fazer após o colégio. Morávamos pelos quatro cantos do Brasil e ainda não tínhamos ideia de que um dia faríamos cerveja juntos, numa confraria pseudo-secreta: Os Lamas! Por alguma razão que até hoje não entendemos, decidimos que seríamos físicos. Isso mesmo, aquele cara estranho que aparece nos filmes com uma roupa esquisita e um cabelo despenteado com jeito de louco. E lá fomos nós pra faculdade. E para nossa surpresa, um bando de outras pessoas também queria fazer física. Como tem louco nesse mundo! Com o tempo, começaram a aparecer os grupos de amigos, confrarias, clubes, cada grupo com suas idiossincrasias. Foi nesse tempo que surgiram Os Lamas, boa parte reunidos lá pelos idos de 1998, na UNICAMP em Campinas-SP. No começo éramos apenas um grupo de amigos que gostava de churrasco, cerveja e boas festas. Nosso grupo era meio “estranho”, porque além de nós, pobres estudantes de física, havia também alguns professores, que com o tempo tornaram-se grandes amigos. E os Lamas começaram a ganhar fama nos corredores do Instituto de Física, tanto pelos churrascos homéricos, como por ser uma confraria fechada. Para se tornar um Lama o candidato deveria passar por certos rituais. Mas, a máxima de que um “Lama nasce Lama” sempre foi levada a cabo. No fim das contas, se sentíamos que o sujeito era Lama, estava automaticamente aprovado.

Ah, não podemos deixar de contar sobre os nossos encontros. Estes eram e ainda são conhecidos como Missas. As Missas são sagradas. É lá que louvamos o que mais gostamos: a cerveja. E um candidato à Lama deve frequentar muitas Missas. Foi então que num certo dia, um dos Lamas chegou com uma ideia pra lá de bizarra: ele queria fazer cerveja em casa. A idéia era bizarra e, portanto, bem Lama. Logo, em duas semanas, estávamos com uma panela, malte, lúpulo e fermento em mãos, fazendo nossa primeira cerveja. Moíamos o malte usando um liquidificador e usávamos fogão de cozinha para esquentar e depois ferver o mosto. Densimetro? Coisa de luxo, não precisava. Nossos equipamentos se resumiam em: uma panela, um balde fermentador, um chiller e…só (aliás, na seção ”Faça Sua Cerveja” tem a cópia exata da nossa primeira cerveja). Após duas semanas, engarrafamos a cerveja e esperamos mais sete dias para abrir a primeira garrafa. A emoção de abrí-la e ouvir o barulho do gás foi realmente fantástica! Quando vimos a espuma (creme) se formando, começamos a imaginar qual seria o sabor da cerveja. Com o primeiro gole, constatamos que realmente tínhamos feito cerveja. E o orgulho foi geral. Depois deste dia, não paramos mais de fazer cerveja. Começamos a conhecer outros aficionados e, com os anos, muitos deles se tornaram também grandes amigos. As Missas tomaram outro sentido: lá era onde levavámos nossas crias, a Lamas Bier. Entramos na Acerva Paulista. Conhecemos o pessoal da Cervejaria Colorado, da Bamberg, da Falke e de outras mais.